Tuesday, January 17, 2006

 
SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVERMOS UMA CONSCIÊNCIA DA UNIDADE DA VIDA E DA INTERDEPENDÊNCIA DOS SERES

DALAI LAMA:

"No mundo de hoje, altamente interdependente, os indivíduos e as nações já não podem resolver sozinhos muitos dos seus problemas. Precisamos uns dos outros, por isso devemos desenvolver um sentido de responsabilidade universal... É nossa obrigação colectiva e individual, proteger e alimentar a família global, apoiar os seus membros mais fracos, bem como preservar e cuidar do ambiente em que todos vivemos".
("A Policy of Kindness: An Anthology of Writings by and about the Dalai-Lama" - Ithaca, New York, Snow Lion, 1990, pps. 113 - 114).

As ainda recentes tragédias do Tsunami na Ásia e do furacão Katrina deixam um exemplo claro de que estamos todos ligados e de que os esforços internacionais de ajuda e apoio às regiões e populações mais afectadas poderão tornar-se num exemplo dquilo que o Dalai Lama refere como "um sentido de responsabilidade universal".

Com efeito, com a rapidez de transportes e a instanteinidade de comunicações de hoje, não podemos alhear-nos de que acontece no mundo à nossa volta. Do ponto de vista da consciência, é uma nova situação, radicalmente diferente da de há séculos atrás, quando os povos viviam isolados e a maior parte das pessoas ignorava, sequer, se a Terra era redonda, ou se em países distantes havia povos de outras raças, costumes e religiões.

A revolução nos transportes e comunicações transformou a mentalidade da Humanidade à escala global, e hoje a grande maioria, mesmo sem uma cultura muito profunda, está ao corrente através dos media do que se passa no mundo.

Esta modificação trás mais responsabilidade àqueles que, por estarem mais lúcidos, também têm amiores obrigações de ajudar e de contribuir para o Bem Comum.

Por vezes, podemos estar conscientes de tudo isto, mas por falta de recursos ou por estarmos demasiado longe das áreas afectadas, pensamos que nada poderemos fazer de concreto e alheamo-nos do problema distante e que nos parece irresolúvel à nossa escala. Mas para quem comece a interrogar-se sobre a morte e a vida, sobre a humanidade e os outros seres e a procurar dentro de si respostas às grandes questões da existência, pela sua simples presença pensante já pode constituir uma diferença.

Sendo capazes de viver e respirar compaixão, sendo capazes de formar à nossa volta um oásis (por pequeno que seja) de paz e concórdia, sendo capazes de pensar com clareza e firmeza que a pequenez do "habitat" que partilhamos torna inconcebíveis as formas de separatividade insana baseadas nas diferenças de raçaz, credos, sexo, castas ou cor da pele, já estaremos a realizar um trabalho que, mesmo que não se torne "visível", dará os seus frutos.

Outra coisa que poderemos fazer, sempre que se apresente uma oportunidade, é não a deixarmos escapar.
Frequentemente estamos tão habituados a considerar estes temas apenas de forma intelectual, que quando surge uma hipótese REAL de serviço ou ajuda a deixamos escapar por entre as mãos.

Se os valores de que estamos convictos forem efectivamente reais para nós, ganharão força e começarão a manifestar-se nas nossas vidas. Então surgirão as hipóteses de fazer mais, e fazer BEM.

Para já, meditemos em quão sábias são as palavras citadas acima, que de uma forma simples chamam a atenção para a interdenpência entre povos e nações.

Um Feliz Ano Novo para todos!

Isabel Nobre Santos

Legenda da foto:

Foto de Isabel Nobre Santos - Buda no Hall da Big House, em Naarden

2 Comments:

At 2:30 PM, Blogger Isabel José António said...

E, mesmo na noite mais escura, há sempre uma LUZ que pode iluminar-nos e ajudar-nos a encontrar uma referência!

Isabel

 
At 2:31 PM, Blogger Isabel José António said...

Buda dizia: Sê uma Lâmpada para ti mesmo...

José António

 

Post a Comment

<< Home